Válvula de uretra posterior? O que é, como diagnosticar e tratar?
Durante o desenvolvimento do feto, podem ocorrer situações anormais que provocam a malformação de órgãos e estruturas, como é o caso da válvula de uretra posterior (VUP). Essa é a causa mais frequente de obstrução uretral em crianças, acometendo 1 em cada 5 mil bebês do sexo masculino.
Você já ouviu falar nela? Sabe como é feito o diagnóstico? Então, não deixe de ler este post. A seguir, responderemos a essas e outras dúvidas comuns sobre o tema.
O que é a válvula de uretra posterior?
Trata-se de uma malformação caracterizada por uma estrutura membranosa que se desenvolve na mucosa do assoalho da uretra prostática. Por ser um problema relacionado à uretra, só acomete as crianças do sexo masculino.
Ainda, as válvulas da uretra posterior obstruem o esvaziamento da bexiga. Para conseguir eliminar a urina, as paredes da bexiga se tornam mais espessas a fim de adquirir maior força de contração.
Em consequência disso, há aumento de pressão dentro da bexiga, o que causa um bloqueio dos ureteres e/ou um refluxo vesico-ureteral e impede o desenvolvimento correto dos rins.
Assim, é natural que haja uma insuficiência na produção de urina e uma redução na presença do líquido amniótico. Ademais, por ser um problema que ocorre ainda na fase de formação do feto, o tratamento costuma ser intra-uterino. No entanto, pode ser tratado após o nascimento.
Qual o impacto dessa malformação na vida do paciente.
O grau de prejuízo causado por uma válvula de uretra posterior varia de criança para criança. Enquanto algumas podem apresentar danos mínimos, outras podem ser gravemente afetadas por essa condição.
Além disso, por provocar uma obstrução na bexiga, esse problema também pode afetar a qualidade de vida do paciente. Em situações mais graves, pode causar insuficiência renal e respiratória, em razão do desenvolvimento deficiente dos pulmões.
Como é feito o diagnóstico?
Embora a ultrassonografia abdominal não forneça imagens diretas da válvula, ela permite a análise de sintomas característicos da condição, tais como, divertículos da bexiga, maior espessura das suas paredes e hidronefrose bilateral.
O diagnóstico mais preciso é possível por meio do cistoureterograma ou pela cistoscopia. Logo após o nascimento, o recém-nascido passa por um exame físico realizado pelo neonatologista.
Como os exames já levantam a suspeita do problema, esse profissional analisa a malformação urológica e observa a primeira micção do bebê. Assim, ele confirma o diagnóstico antenatal.
Como é o tratamento?
O primeiro passo do tratamento é estabilizar a criança no que diz respeito à disfunção respiratória, infecção ou desidratação. Posteriormente, será necessário realizar uma cirurgia para tratar a válvula de uretra posterior.
Um dos procedimentos é a fulguração endoscópica, uma técnica minimamente invasiva que normaliza o funcionamento da bexiga. Outra possibilidade é a vesicotomia, cirurgia que, através de uma abertura na bexiga, faz com que a urina seja drenada diretamente para a pele.
Neste último caso, o procedimento visa salvar a vida do recém-nascido, não sendo uma solução definitiva. Quando a criança for maior, essa abertura é fechada.
Enfim, a válvula uretra posterior é uma condição congênita que pode ser tratada rapidamente. Porém, mesmo após o tratamento, a criança precisará manter o acompanhamento periódico com um profissional de saúde.
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