Refluxo Vesicoureteral: o que é e como tratar?
Infecções urinárias frequentes podem ser um sinal de alerta! O mau funcionamento de uma válvula, localizada entre o ureter e a bexiga, cujo papel é impedir o retorno da urina para o rim, dando origem ao chamado Refluxo Vesicoureteral (RVU), pode representar um risco real à saúde. Em casos mais graves, pode ocasionar danos irreversíveis à anatomia e funcionamento dos rins.
O surgimento da doença pode estar associado à malformação congênita da junção entre a bexiga e o ureter, sendo este chamado de refluxo primário. O mau funcionamento da bexiga e obstrução do fluxo urinário adequado pela uretra é causa de RVU secundário.
Entre os pacientes diagnosticados com o RVU, as crianças são maioria. Em recém-nascidos, a doença é mais comum em meninos. Já após o primeiro mês de vida, o número de meninas identificadas com o RVU chega a ser seis vezes maior que o número de meninos da mesma faixa etária.
Sintomas do refluxo vesicoureteral
As bactérias, transportadas pelo refluxo da urina, podem resultar em febre, dores, vômito e náusea – sinais de infecção urinária no rim (pielonefrite). Na criança é importante ficar atento a sinais inespecíficos, como falta de apetite, diarreia e irritabilidade, que podem estar associados a infecção urinária.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do RVU é feito por radiografia, em um procedimento chamado de uretrocistografia miccional. No exame, introduz-se contraste iodado pela uretra do paciente, através de uma sonda. Então imagens radiográficas são realizadas e o refluxo desta urina contrastada pode ser identificado no ureter, conduzindo a um diagnóstico de refluxo vesicoureteral.
O Refluxo Vesicoureteral, segundo classificação internacional, pode ser categorizado em cinco graus. O nível mais brando da doença, o grau I, é constatado quando há refluxo de urina somente para o ureter. No grau II, há registro de refluxo até o rim, sem, no entanto, causar dilatação renal ou ureteral. Já no grau III, há registro de pouca dilatação renal, seguido do grau IV, com dilatação renal moderada e, por fim, o grau V, em que é constatada dilatação intensa dos rins e tortuosidade dos ureteres.
A identificação do grau da doença é essencial na escolha do tratamento, que também considera fatores, como a idade, a evolução das infecções e histórico de doenças do paciente e da família. Em casos em que a incidência de infecções é menor e o grau de classificação da doença é baixo, o tratamento pode ser conduzido com o uso de antibióticos e a indicação de medidas higiênico-dietéticas.
O tratamento cirúrgico é indicado em casos em que o RVU já está em grau elevado, com infecções recorrentes, ou quando há presença de cicatrizes ou danos aos rins. O procedimento pode ser aberto, endoscópico ou laparoscópico, e corrige a junção do ureter com a bexiga, reconstruindo o mecanismo valvular do paciente.
Mesmo após a conclusão do tratamento do Refluxo Vesicoureteral é importante que o paciente seja acompanhado por um urologista, para monitoramento das funções renais e dos possíveis danos decorrentes da doença.
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