Hipospádia na criança: como é feito o tratamento cirúrgico
A hipospádia na criança é uma condição em que a abertura da uretra está localizada na parte de baixo e não na ponta do pênis. O indivíduo acometido pelo problema pode ter, a abertura uretral localizada em qualquer ponto ao longo da parte inferior do pênis, e isso determina a gravidade da condição e como a equipe médica abordará a reparação. A localização da abertura pode ser:
- Anterior ou distal (perto da ponta do pénis) é a forma mais comum de hipospádia: ocorrendo em cerca de 50% dos casos.
- Até o meio do pênis são consideradas hipospádias moderadas: representam cerca de 30% dos casos.
- Posterior ou proximal (no escroto ou no períneo): é o tipo mais grave de hipospádia e ocorre em 20% dos casos.
Alguns pais podem confundir hipospádia com epispádia, na qual a uretra se abre ao longo do topo do pênis, mas trata-se de duas condições distintas, que requerem tratamentos muito diferentes. Se não for tratada, a forma mais grave de hipospádia pode interferir na vida sexual do paciente quando adulto.
Causas da Hipospádia na criança
A hipospádia é uma condição congênita, o que significa que acontece enquanto o bebê está se desenvolvendo no útero da mãe. Conforme o feto se desenvolve, o tecido na parte de baixo do pênis que forma a uretra não fecha completamente, encurtando a passagem. Em muitos casos, o prepúcio – a dobra da pele que cobre a ponta do pênis, ou glande – também não se desenvolve adequadamente, resultando em prepúcio extra no lado superior do pênis e nenhum na parte inferior.
A condição não é causada por qualquer coisa que os pais façam ou deixem de fazer durante a gravidez. De fato, embora o número de casos tenha aumentado desde a década de 1970, não há causa conhecida de hipospádia. Os pesquisadores sabem, no entanto, que esse problema é um pouco mais comum em meninos cujo pai ou irmão também tenha a doença.
Embora seja possível que os médicos detectem sinais de hipospádia grave em uma ultrassonografia fetal, a grande maioria das crianças é diagnosticada no nascimento. Essa condição não causa dor física na criança nem bloqueia sua micção. Mas, caso não seja tratada, pode dificultar o direcionamento do jato de urina.
Todos os meninos com hipospádia precisam de cirurgia?
Se o paciente tiver um caso muito leve, ele pode não precisar de cirurgia porque sua condição não terá um grande impacto em sua vida. No entanto, às vezes os pais de meninos nascidos com pequenas anormalidades ainda optam pela cirurgia por razões estéticas.
A cirurgia continua sendo a melhor e única maneira de resolver as dificuldades urinárias para esse problema. O agendamento da operação depende do tipo de hipospádia que a criança tem e se o diagnóstico ocorreu no nascimento (a maioria é). Normalmente, o recomendado é que o procedimento seja feito entre quatro e seis meses de idade.
Os bebês que apresentam hipospádia que requer cirurgia não devem ser circuncidados, porque o prepúcio pode ser necessário para enxertos de tecido durante a operação. Os tipos de cuidados depois da cirurgia dependerão do quão grave é a hipospádia. No caso dos meninos que passam por uma intervenção entre os quatro e seis meses, é possível retornar para casa no mesmo dia da cirurgia. Os resultados variam de paciente para paciente, mas normalmente os pais já poderão notar todos os resultados da cirurgia do filho depois de seis meses.
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