Hidronefose na infância: como é o tratamento?
A hidronefrose é uma dilatação interna do rim ou do seu sistema coletor. A doença é tida constantemente como resultado de uma oclusão na junção da pelve renal (saída do rim) com o ureter que complica a drenagem da urina para a bexiga concentrada no rim e provoca a sua dilatação. No entanto, essa patologia pode também ocorrer devido ao retorno irregular da urina da bexiga para o rim ou refluxo vesicoureteral. Já a hidronefrose neonatal é normalmente diagnosticada através da ultrassonografia intra uterina (durante a gestação). Entretanto, essa anomalia não está relacionada a algo que os pais tenham feito durante a gestação e normalmente não é transmitida entre irmãos ou de pai para filho. Contudo, o bloqueio que gera essa anomalia é regularmente resultado de um estreitamento no começo do ureter próximo ao rim, que provavelmente ocorre antes do quarto mês da gravidez.
A hidronefrose é grave?
A gravidade da hidronefrose depende da extensão do bloqueio e da resultante distensão do rim, que pode ser classificada de leve a grave. As crianças portadoras dessa patologia de grau leve geralmente não apresentam sintomas, devido ao fato de os rins serem pouco afetados. Além disso, existe a possibilidade da patologia desaparecer no primeiro ano de vida. Nos pacientes com a anomalia moderada, a função renal não é prejudicada, o crescimento renal permanece normal e o grau da doença não evolui. Entretanto, em casos muito graves da doença, pode acontecer algum tipo de dano renal e essa condição gerar infecções, dor e hematúria. Porém, essas consequências podem levar alguns meses ou anos para acontecerem ou não. Para determinar o grau de gravidade da doença, devem ser realizados exames radiológicos e radioisotópicos (medicina nuclear) que têm a capacidade de medir a função renal e determinar se já existem algumas cicatrizes nos rins devido às infecções sofridas pela criança.
Como é feito o diagnóstico precoce?
Desde o ano de 1985, o ultrassom pré-natal tem sido o responsável pelos diagnósticos precoces dessa doença no bebê, possibilitando o seu acompanhamento clínico logo depois do nascimento. No entanto, até 2019, esse diagnóstico só era possível quando a criança já manifestava algumas infecções urinárias, ou então bem mais tarde, através do toque, ao perceber uma massa abdominal
Como é o tratamento?
As crianças portadoras dessa enfermidade com grau leve devem ser submetidas a tratamento clínico com observação, que consiste em retirar a urina acumulada e extinguir a causa da doença. Dessa forma, a urina poderá fluir livremente até a bexiga e sair do rim, fazendo com que o edema diminua. Porém, nos casos moderados e graves ainda não há uma concordância do momento. O único consenso é que devem ser submetidas a cirurgia se acontecer uma piora no quadro obstrutivo. Esse procedimento é chamado de pieloplastia e corrige essa má formação. Ela consiste na retirada da parte obstruída na saída do rim (pelve) e do duto que leva a urina para a bexiga (ureter), para uma plástica com o propósito da urina escoar facilmente do rim e não ocorrer mais obstrução. Normalmente, a criança permanece no hospital por 2 dias após a cirurgia e retorna para casa com um dreno próximo ao local da incisão cirúrgica. A cirurgia de correção da hidronefrose tem a taxa aproximada de 95% de sucesso, desde que a função do rim já não esteja muito afetada. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como urologista em Campinas e Indaiatuba!
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