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Câncer de próstata

Câncer de próstata


O que é o câncer de próstata

É o câncer mais comum nos homens, após o câncer de pele. Sabe-se que 1 a cada 4 homens terá câncer de próstata ao longo da vida. Além disso, a doença é rotineiramente assintomática nos primeiros anos, e quando os sintomas aparecem geralmente estão relacionados ao acometimento tumoral em outros órgãos (doença extra-prostática). Isto nos revela a importância do check up anual de próstata para homens acima dos 45 anos, antecipando-se este em 5 anos para os pacientes de maior risco – homens com antecedente familiar de câncer de próstata e negros. Alguma discussão tem sido colocada mais recentemente, principalmente nos EUA sobre o valor deste check up e custos em termos populacionais. Porém não há dúvida que em termos individuais, este check up é benéfico, e deve ser recomendado.

Diagnóstico

É realizado através do toque retal e dosagem de PSA no sangue, que nos indicam a necessidade de uma biópsia da próstata, que fornece o diagnóstico do tumor.

O antígeno prostático específico (PSA) é o marcador sanguíneo que permite suspeitarmos de câncer de próstata, e juntamente com o toque retal nos auxiliam no diagnóstico mais precoce da doença. Vale ressaltar entretanto que não é somente o câncer de próstata que aumenta o PSA, mas também a idade, HPB e a prostatite (inflamação na próstata), e somente uma avaliação médica combinando fatores como idade, valor do PSA, toque retal, tamanho da próstata, e a fração livre do PSA é que possibilitam um diagnóstico mais assertivo. O diagnóstico se dá pela biópsia transretal da próstata, guiada por ultrassonografia, com pelo menos 12 fragmentos.

Tratamento

O tratamento depende do estadiamento da doença, mas pode ser cirúrgico, com remoção da próstata, por via aberta (incisão abdominal ou perineal), ou ainda por laparoscopia e robótica, técnicas que vem se estabelecendo como seguras e com bons resultados, além das vantagens de menor sangramento e aspecto estético melhor.

Além da cirurgia pode-se tratar estes pacientes com radioterapia externa, braquiterapia e hormonoterapia para os casos mais avançados.

Câncer de Rim

Câncer de Rim


O que é?

Os tumores renais perfazem 2-3 % de todas as neoplasias malignas e estima-se uma incidência de 7-10 casos/100 mil habitantes/ano no Brasil. Mais frequentes nos homens que nas mulheres (2:1), ocorrem principalmente dos 50 aos 70 anos de idade. Existem vários tipos histológicos de tumores malignos no rim: carcinoma de células claras (70-90%), papilíferos (10-15%), cromófobos (4-5 %), ductos coletores (1%) e sarcomatoides (1%). A diferenciação histológica (Grau de Fuhrman) é importante e quanto maior o grau, mais agressivo é o tumor.

Sintomas

Classicamente apresenta sintomas de dor lombar, sangue na urina (hematúria) e massa palpável. Atualmente, entretanto, graças à facilidade de se realizar ultrassonografia de abdome, e sua realização em exames periódicos, massas renais menores e não sintomáticas têm sido encontradas. Isto torna a chance de cura bem maior.

Tratamento

O tratamento é primordialmente cirúrgico, não havendo radioterapia ou quimioterapia eficaz. Os tumores menores podem ser removidos juntamente com margem de tecido renal normal, preservando-se o restante do rim (nefrectomia parcial), enquanto tumores grandes e aqueles com localização próxima do pedículo renal são casos para nefrectomia radical, na qual se retira o rim juntamente com a gordura ao seu redor. Novas medicações têm sido recentemente utilizadas nos casos de tumor localmente avançado e com metástases, com resultados ainda pouco satisfatórios. Vale ressaltar que a cirurgia pode ser realizada por via aberta ou laparoscópica, além da robótica recentemente introduzida.

Cirurgia laparoscópica

Cirurgia Laparoscópica e Robótica


As cirurgias laparoscópicas se popularizaram nas três últimas décadas, e tem se tornado técnica de escolha para diversos tratamentos, principalmente pelos melhores resultados estéticos, menor dor no pós-operatório e alta hospitalar mais precoce.

As principais cirurgias laparoscópicas são as de retirada parcial ou total do rim (nefrectomia radical, total, parcial ou heminefrectomia em crianças), da glândula adrenal, de linfonodos retroperitoneais, prostatectomia radical,e as cirurgias reconstrutivas como pieloplastia (por estenose de JUP, em adultos e crianças) e uretero-uretero anastomoses.

A grande novidade do momento é a cirurgia robótica , que ganhou a mídia com a chegada dos primeiros robôs “Da Vinci” em São Paulo. Nos EUA mais de 95% das prostatectomias radicais realizadas já utilizam a técnica com robô. O principal fator limitante é o preço, considerando-se ainda que no Brasil os convênios não cobrem todos os custos. Considerando os resultados da cirurgia, os dados publicados mostram um resultado ainda melhor que a cirurgia aberta, nos quesitos ereção e continência.

Cirurgia robótica em Adultos

A cirurgia robótica torna-se a cada dia mais acessível e presente nor procedimentos urológicos, evidenciando seu potencial de melhores resultados clínicos, em todo o processo de tratamento cirúrgico do paciente. A técnica avançada utiliza um sistema robótico assistido por computador para realizar os procedimentos, sendo é composto por braços robóticos controlados pelo cirurgião, que manipula instrumentos cirúrgicos de alta precisão, além de uma câmera de alta definição que proporciona uma visão tridimensional ampliada da área a ser operada. Atualmente já dispomos no Brasil de 3 sistemas robóticos para os procedimentos cirúrgicos: Da Vinci, Versius e Hugo.

Essa abordagem cirúrgica oferece diversas vantagens em comparação com as técnicas convencionais, tais como:

  • Precisão:
    O sistema robótico permite movimentos precisos e estáveis (sem o tremor natural das mãos do cirurgião), oferecendo uma maior precisão durante a cirurgia. Isso é especialmente importante em procedimentos delicados, como a remoção de tumores ou a reparação de estruturas urológicas complexas. A movimentação em 360o das pinças também possibilita ganhos expressivos de precisão de dissecção e sutura, em relação a laparoscopia.
  • Visualização tridimensional:
    A câmera de alta definição proporciona uma visão tridimensional ampliada, permitindo ao cirurgião uma visualização detalhada dos tecidos, vasos sanguíneos e estruturas anatômicas envolvidas no procedimento. Isso facilita a identificação de áreas críticas e a realização de movimentos precisos, além de seu controle permanecer com o cirurgião e não com o auxiliar.
  • Menor trauma cirúrgico:
    A cirurgia robótica urológica é minimamente invasiva, ou seja, são realizadas pequenas incisões na pele. Isso resulta em menor trauma cirúrgico, menor perda de sangue, menor dor pós-operatória, menor tempo de recuperação e, em geral, menor risco de complicações em comparação com as técnicas convencionais.
  • Menor tempo de internação:
    Devido ao menor trauma cirúrgico e à recuperação mais rápida, os pacientes submetidos à cirurgia robótica urológica geralmente apresentam um tempo de internação mais curto. Isso é benéfico tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde, reduzindo os custos e liberando leitos hospitalares mais rapidamente.
  • Resultados estéticos melhores:
    As incisões feitas durante a cirurgia robótica são pequenas e, muitas vezes, localizadas em áreas pouco visíveis. Isso contribui para resultados estéticos melhores, com menor visibilidade das cicatrizes.

A cirurgia robótica urológica é utilizada para uma ampla variedade de procedimentos, como prostatectomia (remoção da próstata) - tanto a radical (para câncer de próstata) como a adenomectomia (para hiperplasia benigna), nefrectomia radical ou parcial (remoção parcial do rim), cistectomia radical (remoção da bexiga) e reconstrução urológica complexa. No entanto, vale ressaltar que nem todos os casos são indicados para essa abordagem cirúrgica, e a decisão deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando as particularidades de cada paciente.

Em conclusão, a cirurgia robótica urológica é uma técnica avançada que oferece vantagens significativas em termos de precisão, visualização tridimensional, menor trauma cirúrgico, menor tempo de internação e melhores resultados estéticos. Ela representa uma opção terapêutica promissora para o tratamento de diversas condições urológicas, proporcionando benefícios tanto para os pacientes quanto para os cirurgiões.

Cirurgia robótica em Crianças

A cirurgia robótica urológica é uma técnica avançada e atualmente mais acessível, que tem sido cada vez mais utilizada para o tratamento de diversas condições urológicas. Essa abordagem cirúrgica utiliza um sistema robótico assistido por computador (Da Vinci, por exemplo), composto por braços robóticos e uma câmera de alta definição, controlados pelo cirurgião.

Nas crianças seu uso tem sido crescente em cirurgias de malformações do trato urinário como estenose de JUP, reimplante ureteral, remoções do rim e ureter, dentre outras.

Existem diversas vantagens da cirurgia robótica urológica em crianças, tais como:

  • Precisão e visão tridimensional:
    Através do sistema robótico, o cirurgião tem uma visão ampliada e em três dimensões da área a ser operada. Isso proporciona maior precisão nos movimentos e uma visualização mais detalhada dos tecidos, permitindo um procedimento mais preciso e seguro.
  • Menor trauma cirúrgico:
    A cirurgia robótica urológica em crianças é minimamente invasiva, ou seja, são realizadas pequenas incisões na pele. Isso resulta em menor trauma cirúrgico, menos dor pós-operatória e tempo de recuperação abreviado.
  • Menor perda de sangue:
    A pressão positiva abdominal (tanto na técnica laparoscópica quanto na robótica) favorece o menor sangramento. Além disso, a precisão dos movimentos do sistema robótico e a visualização detalhada dos tecidos permitem um controle mais eficiente dos vasos sanguíneos, resultando em menor perda de sangue durante o procedimento cirúrgico.

É importante ressaltar que a cirurgia robótica urológica em crianças requer uma equipe médica especializada e treinada no uso do sistema robótico. Além disso, nem todos os casos são indicados para essa abordagem cirúrgica, e a decisão deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando as particularidades de cada paciente.

Em suma, a cirurgia robótica urológica em crianças é uma técnica avançada e segura, com diversas vantagens, como precisão, menor trauma cirúrgico, menor perda de sangue, menor tempo de internação e resultados estéticos melhores. Ela representa uma opção terapêutica promissora para o tratamento de condições urológicas em crianças, proporcionando benefícios significativos para os pacientes e suas famílias.

Disfunção Sexual Masculina

Disfunção Sexual Masculina


O que é?

Muito embora este termo tenha amplo significado, as doenças mais comumente tratadas pelo urologista no consultório são a disfunção erétil e a ejaculação rápida (precoce). Com o advento das novas medicações orais para disfunção erétil, seu tratamento se tornou mais fácil e eficaz, deixando definitivamente de lado condutas realizadas no passado, como a cirurgia de fuga venosa.

Causas

As causas vasculares e neurais, decorrentes do tabagismo, diabetes e hipertensão, são muito prevalentes no indivíduo acima de 50 anos. Além destas, algumas cirurgias podem desencadear a disfunção erétil, principalmente devido à idade do paciente e não ao procedimento em si.

Tratamento

De forma simplificada o tratamento se dá numa sequência: medicações orais, injecção no pênis (intracavernosas) e cirurgia para colocação de prótese peniana. Pacientes que apresentam deficiência do hormônio masculino testosterona também podem apresentar dificuldade de ereção, e o tratamento é a reposição hormonal

Nos jovens, a causa predominante de disfunção sexual é de origem psicogênica. E isto é fácil de se diagnosticar: se as ereções noturnas estiverem presentes e normais, e o paciente só tem dificuldade ou perde a ereção com a parceira. Seu tratamento deve ser realizado com psicoterapia com técnicas apropriadas.

Ejaculação rápida

O que é?

A ejaculação rápida (precoce) é definida atualmente como “a ejaculação que ocorre antes do desejado, seja antes ou logo após a penetração, causando embaraço para um ou ambos os parceiros”.

Causas

Dentre as causas pode-se salientar as de origem psicogênicas como a ansiedade, experiência sexual precoce, frequência da relação sexual e problemas na técnica de controle ejaculatório.

Tratamento

O tratamento envolve uma boa conversa sobre a dinâmica da excitação sexual masculina e feminina, bem como pequenos “truques” práticos a serem aplicados no momento da relação e, por último, o tratamento medicamentoso com antidepressivo. Embora o tratamento medicamentoso seja efetivo, tem como desvantagem a necessidade de medicação diária e contínua, o que torna seu emprego limitado aos casos mais severos. Está em fase de aprovação no Brasil uma nova medicação já utilizada em outros países, de uso único, antes da relação sexual.

Hiperplasia de próstata

Hiperplasia benigna da próstata (HPB)


O que é HPB?

A hiperplasia benigna da próstata (HPB) se dá com o crescimento da próstata, principalmente de sua porção interna, junto à uretra, chamada zona de transição. Esse crescimento ocorre devido ao estímulo do hormônio masculino testosterona sobre o tecido prostático, com o passar dos anos e, portanto, acomete indivíduos mais velhos.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são dificuldade para urinar, com jato urinário fraco, interompido, com necessidade de esforço para urinar e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga após a micção.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é realizado principalmente pelos sintomas clínicos, e o tratamento pode ser realizado com medicamentos específicos ou cirurgia.

Incontinência Urinária

Disfunção Miccional / Incontinência Urinária


O que é?

A bexiga funciona como um reservatório de urina que deve funcionar de forma coordenada com o sistema nervoso central, e possui duas fases antagônicas: enchimento e esvaziamento vesical. Durante o enchimento a pressão dentro da bexiga deve se manter constante, com concomitante acomodação do volume de urina que aumenta progressivamente, e a saída (uretra) deve permanecer fechada, para não haver perda de urina, mesmo com manobras que aumentem a pressão intra-abdominal. Ao atingir sua capacidade fisiológica (ao redor de 400ml), o sistema nervoso central recebe informação sobre o estado de enchimento vesical e então deve controlar o esfíncter externo para que no momento e local adequado ocorra o esvaziamento vesical. Este se dá de forma contrária, com abertura voluntária do esfíncter vesical externo e consequente contração da musculatura vesical, desencadeando a micção. Qualquer distúrbio desses mecanismos fisiológicos podem ser descritos como disfunção miccional.

Causas

Múltiplas são as causas e manifestações das disfunções miccionais que são abordadas pelo urologista. Podem ter origem neurológica, como em pacientes para ou tetraplégicos, parkinsonianos ou após acidente vascular cerebral. Causas não neurológicas incluem a bexiga hiperativa comum em mulheres, capacidade vesical reduzida por doenças crônicas como tuberculose, cistite actínica ou intersticial, e disfunção vesical secundária a uma obstrução infravesical, como ocorre em pacientes com dificuldade miccional por próstata aumentada de longa data e sem tratamento adequado (obstrução infravesical descompensada).

Diagnóstico

O exame complementar que possibilita o diagnóstico e indica a forma mais adequada de tratamento é o estudo urodinâmico.

Tratamento

Dentre os tratamentos principais destacam-se o uso de medicações com ação sobre os receptores adrenérgicos, colinérgicos e muscarínicos vesicais, o cateterismo limpo intermitente e o tratamento cirúrgico, que pode ser tanto sobre a bexiga ou, nos casos mais complicados, realizando-se uma derivação urinária, que desvia a urina da bexiga para outra saída.

Infecção Sexualmente Transmissível (IST)

Doenças Sexualmente transmissíveis (DST)


Seu surgimento aponta para a história das civilizações e são citadas inclusive na Bíblia. As DSTs são doenças normalmente transmitidas por via sexual. As principais DSTs são sífilis, uretrites gonocócicas e não-gonocócicas, lesões causadas pelo herpes vírus, cancróide e condiloma acuminado (causado pelo HPV). Mesmo com o surgimento da AIDS e maior divulgação de métodos de prevenção como os preservativos, sua prevalência se mantém estável. O que deve ser enfatizado é que todo paciente com DST também possui fator de risco para infecção pelo HIV, e portanto todos devem se submeter a sorologia anti-HIV e para sífilis.

A novidade está no tratamento de lesões herpéticas com laser e de lesões verrucosas de condiloma acuminado com crioterapia. Estas soluções são práticas e rápidas, e permitem o tratamento das lesões no consultório.

Infecção Urinária na Mulher

Infecção Urinária na Mulher


O que é?

A infecção urinária ocorre quando da presença de bactérias no trato urinário, que habitualmente é estéril. Estas bactérias causam alterações funcionais e sintomas dependendo do local que acometem.

Sintomas

Muito comum em mulheres com vida sexual ativa, muitas vezes pode ocorrer após a relação sexual. As queixas mais comuns são ardor ao urinar e desejo de urinar frequente. Cheiro forte e coloração escurecida também são relatados.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito a partir de um exame simples de urina (urina tipo 1) e cultura de urina, que identifica a bactéria causadora da infecção.

Crianças com infecção de urina requerem avaliação especializada. Recomenda-se que meninos sejam avaliados por urologista já no primeiro episódio, enquanto que as meninas, a partir do segundo.

Cuidados de higiene são fundamentais principalmente nas meninas, para se evitar contaminação local e facilitação da ascensão de bactérias pela uretra. As infecções urinárias complicadas, em idosos, diabéticos ou muito frequentes necessitam de investigação adicional para se estabelecer a causa e tratamento específico.

Tratamento

A abordagem da infecção urinária geralmente é clínica, com a utilização de antibióticas, e quando são episódios isolados é de tratamento simples.

Já a cistite recorrente necessita de maiores cuidados, bem como melhor investigação das causas.

Como regra geral, para se evitar as infecções de urina, se orienta as pacientes a urinar após as relações, micções de horário (urinar a cada 3h), bem como ingesta hídrica adequada. Pode-se ainda ingerir suco de Cramberry, uma fruta do hemisfério norte que auxilia na prevenção das infecções.

Litíase Renal

Litíase Renal / Calculose urinária


Litíase do trato urinário, popularmente conhecida como “pedra nos rins”, pode estar presente nos rins, ureteres, bexiga e uretra. Entretanto, as mais sintomáticas encontram-se no ureter, devido a seu estreito calibre, o que promove uma dilatação na porção superior, causando dor e, com o tempo, pode prejudicar a função renal. Não há tratamento para dissolver o cálculo (pedra)! Os maiores que 6mm devem ser tratados. No rim pode-se fazer litotripsia extra-corpórea (tratamento externo, com o paciente deitado sobre uma bolha de água, que fica encostada na região a ser tratada), cirurgia percutânea ou aberta e ureteroscopia flexível. No ureter e bexiga o tratamento se faz principalmente via endoscópica, ou seja, pelo canal da urina, subindo de baixo pra cima até a região do cálculo com um fino aparelho acoplado a uma câmara. O cálculo pode ser quebrado com litotridor balístico, ultrassônico ou LASER.

Urologia Infantil

Urologia Infantil

Urologia Infantil

Dr. Schneider possui na sua formação um enfoque especial na urologia pediátrica, que trata de crianças com malformações congênitas ou atraso de desenvolvimento das funções miccionais.

Além de ter feito estágios no exterior especificamente nesta área (Great Ormond Street Hospital – Londres – Inglaterra e Johannes Gutenberg Universität – Mainz – Alemanha), atuou como Docente desta área no Hospital das clinicas da USP de de 2006 a 2009 e hoje é o docente responsável por esta área no Hospital da PUC de Campinas.

Principais doenças na Urologia Infantil:

  • Hidronefrose

    O que é?

    É uma dilatação da via excretora do rim (pelve renal), que pode ser diagnosticada já na ultrassonografia pré-natal, podendo ser uni ou bilateral e está relacionada à obstrução do trato urinário ou refluxo de urina da bexiga para o ureter. Além disso doenças como válvula de uretra posterior e síndrome de prune belly também podem causar a hidronefrose.

    Diagnóstico

    Atualmente a maioria dos casos é diagnosticada na ultrassonografia pré-natal. Ou crianças com infecções urinárias de repetição devem ser investigadas com ultrassom e demais exames a critério do urologista pediátrico.

    Tratamento

    O tratamento é individualizado, de acordo com as causas específicas que causam a dilatação, podendo ser desde acompanhamento clínico, passando por medicações e até mesmo cirurgia.

  • Refluxo vésico-ureteral

    O que é?

    É o retorno de urina da bexiga para o rim (pelve renal), causado por um defeito na junção do ureter com a bexiga, permitindo o retorno retrógrado de urina.

    Sintomas

    É a causa mais comum de infecções urinárias na infância. Sugerimos que toda criança com infecção urinária seja avaliada por um urologista.

    Tratamento

    O tratamento do refluxo depende da gravidade, e pode ser realizado com acompanhamento e antibióticos, na maioria dos casos. Atualmente, o tratamento minimamente invasivo com injeção de hialuronidase (p. ex.) no meato ureteral (na bexiga) tem sido advogado como uma alternativa ao tratamento clínico, por suas boas taxas de sucesso e baixa invasividade, evitando assim o uso prolongado de antibióticos e exames no acompanhamento dessas crianças. O tratamento cirúrgico está reservado aos casos mais complexos, e com déficit da função renal.

  • Enurese noturna

    O que é?

    Toda criança perde xixi na cama! Por um período! Mas isto pode durar mais tempo que o suportável. Acima de 5 ou 6 anos, toda criança que perde xixi na cama deve ser avaliada por um urologista. A anormalidade está presente quando a criança não apresenta anomalias, já adquiriu controle durante o dia e perde involuntariamente durante o sono.
    Filhos de pais que também tiveram o mesmo problema têm chances maiores de repetirem a mesma doença, chegando a 60% dos casos.

    Como lidar com a criança enurética?

    Primeiro devemos enfatizar que a culpa não é da criança. Ela não faz isso porque quer. Portanto, punição não e uma abordagem correta.

    Após exame do especialista essas crianças podem ser tratadas com medicamentos que melhoram a ocorrência das perdas, mas o principal é o tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar, envolvendo fisioterapeuta e enfermeira. Uma técnica bastante empregada e que exibe bons resultados, mas que exige um comprometimento importante dos pais é o quadro de recompensa.

    Outro dispositivo bastante útil na prática é o alarme, que dispara quando a criança começa a perder durante o sono, o que pode inibir a perda e fazê-la acordar.

    Resultados

    A resolução espontânea ocorre em 15% das crianças ao ano. 99% das crianças adquirem controle da urina até os 15 anos.

  • Criptorquidia

    Criptorquidia

    O que é?

    Na bolsa testicular de meninos deve ter dois testículos, desde o nascimento. A ausência de um deles ou dos dois deve prontamente ser diagnosticada e tratada, preferencialmente antes de completar 1 ano de vida.

    Achados

    O testículo “ausente” pode ser identificado logo acima do escroto ou sobre o osso púbico. Porém em alguns casos está dentro da cavidade abdominal ou é ausente.

    Tratamento

    O tratamento cirúrgico desses pacientes após 1 ano de vida é imprescindível, tanto para se preservar a fertilidade futura bem como para previnir tumor de testículo que é mais prevalente em testículos criptorquídicos. Testículos que permanecem fora do escroto em após os 2 anos, já têm lesões irreversíveis que podem causar infertilidade.

  • Estenose de JUP (junção ureteropiélica)

    O que é?

    É um estreitamento da junção entre a pelve renal e o ureter, geralmente congênito, podendo ser resultado de um estreitamento intrínseco da junção ou compressão extrínseca por um vaso anômalo.

    Sintomas

    A manifestação clínica mais comum é febre, resultante de infecção urinária, que pode ocorrer repetidamente. O rim pode ter sua função diminuída em decorrência do estreitamento.

    Tratamento

    Inicialmente administram-se antibióticos para se evitar infecções, desde o momento do diagnóstico e, de acordo com a função renal, a criança pode ser acompanhada com exames periódicos, ou submetida a correção cirúrgica da região de estreitamento. A cirurgia pode ser aberta, com uma pequena incisão lombar e, mais recentemente, a técnica laparoscópica tem se estabelecido como uma técnica com excelentes resultados, além da estética muito superior, com pequenas cicatrizes que tendem a se tornarem insignificantes com o crescimento da criança.

  • Válvula de uretra posterior

    O que é?

    É uma malformação congênita que se localiza na uretra e causa uma obstrução total ou parcial do fluxo de urina. Conforme a severidade do acometimento local pode ter inplicações graves para a bexiga e para o trato urinário superior, devido ao acúmulo de urina e aumento da pressão local, podendo levar até mesmo à perda da função renal.

    Diagnóstico

    Geralmente o diagnóstico é realizado com a ultrassonografia pré-natal, apresentando uma bexiga distendida e hidronefrose (dilatação renal) bilataral. Nos casos mais leves o diagnóstico pode ser mais tardio, manifestando-se com jato miccional fraco e estreito.

    Tratamento

    O tratamento da válvula é simples, porém requer material endoscópico delicado e deve ser feito por urologista com experiência nesta doença. O principal agravante não é a válvula em si, mas os efeitos que ela causa no trato superior, mesmo ainda na fase intra-útero, e o tratamento se faz caso-a-caso. No Hospital Samaritano em São Paulo, o Dr. Schneider tem utilizado o LASER para tratamento das válvulas, bem como de estenoses de uretra, com boa evolução. A vantagem do LASER sobre os probes com bisturi elétrico é que com o LASER a área de propagação da energia é menor, com menor processo inflamatório local. Além disso é mais fácil posicionar a fibra de LASER sobre a válvula, melhorando a precisão do tratamento.

  • Hidronefrose

  • Hipospádia

    Hipospádia

    O que é?

    É uma malformação congênita da uretra, caracterizada por localização do meato uretral (ponta do canal do xixi) abaixo do local habitual, podendo ser próximo do normal, desde a glande até a base do pênis ou escroto.

    Tratamento

    O tratamento é cirúrgico, com técnicas de cirurgia plástica e rotação de retalhos para se reconstruir o canal da uretra. Uma das técnicas mais empregadas na atualidade é a proposta e difundida pelo Dr. Snodgrass, realizada pelo Dr. Schneider, com excelentes resultados.

  • Torção testicular

    Torção testicular

    O que é?

    Acontece mais comumente na adolescência (geralmente entre 13 e 30 anos), devido a uma malformação do pedículo do testículo que roda sobre si mesmo, promovendo uma obstrução do fluxo sanguíneo, podendo causar a perda do testículo em algumas horas.

    Sintomas

    Dor testicular de início súbito, de forte intensidade, sem uma causa identificada. Pode iniciar mesmo com o paciente em repouso e muito frequentemente é confundida com processo inflamatório chamado epididimite. Enquanto na epididimite a dor melhora ao se elevar gentilmente o testículo, na torção não há manobra que melhore a dor, exceto pontentes analgésicos ou a destorção, em mãos experientes.

    Tratamento

    O intervalo de tempo ideal para o tratamento é de até 8h, sabendo-se que após esse período há uma alta incidência de atrofia testicular. O tratamento é cirúrgico, abordando-se o testículo pelo escroto, distorcendo-o e fixando no escroto para se evitar recidiva. Esse tratamento pode ser tentado em até 24h de evolução da dor, sendo que a partir de então a remoção cirúrgica do testículo seria a conduta mais apropriada.

  • Outras malformações congênitas

    Podemos citar algumas: epispádia, rim multicístico, rins policístico, ectopia renal, disordens da diferenciação sexual, hidrocele, hérnia.

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